segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Meu livro preferido é... DIÁRIO DE BERLIM OCUPADA

ANDREAS-FRIEDRICH, Ruth.
Diário de Berlim Ocupada (1945-1948).
(Ed. Globo)
"De repente, a paz. É assim que começa o Diário de Berlim Ocupada - 1945-1948, diário real da alemã Ruth Andreas-Friedrich sobre os primeiros anos do pós-guerra na capital alemã.

Ruth, que pertenceu a um grupo de resistência antinazista durante a guerra, emerge numa Berlim devastada, desnorteada e faminta. A euforia do fim do conflito e da derrocada do nazismo vai dando lugar gradualmente a uma ausência de futuro e ao desprezo que os vencedores reservaram ao povo alemão.

Escrito de forma coloquial, o cotidiano retratado por Ruth vai desenhando um quadro maior em que o resultado inevitável de uma incompatibilidade ideológica vai forjando duas identidades distintas na mesma cidade. E enquanto Berlim se torna um dos principais palcos da guerra fria, seus cidadãos continuam sendo mero espectadores da peça. O muro só será construído em 1961, mas a autora o antevê com uma clareza assustadora.

Mais do que isso, suas memórias vão revelando o pensamento alemão num dos piores momentos da história do país.

Além de um texto direto e sincero, talvez o maior mérito do livro seja sua temporalidade. Se fosse escrito dez anos depois, num mundo já mergulhado na Guerra Fria; ou cinquenta anos depois, num mundo iludido com o "fim da história"; talvez ele não fosse tão objetivo."

- Eduardo Farias é jornalista com Mestrado em Comunicação pela UFPE, explorador incansável de sebos e afins e um leitor voraz.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Winston e a força da ignorância

Cena de "1984" (1984), adaptação cinematográfica de Michael Radford da obra de Orwell


"It was a bright cold day in April, and the clocks were striking thirteen."

O conceito de literatura distópica surgiu para reunir textos que falam do porvir da humanidade, mas que o veem como um resultado negativo ou mesmo catastrófico do presente - em outras palavras, de forma anti-utópica. Embora o tempo seja sempre futuro, o espaço dos romances e contos distópicos é quase sempre o mesmo em que se dá a criação da obra e o foco são as mudanças sociais decorridas das tendências que o autor enxerga em seu tempo present.

Em 1984, obra-prima de George Orwell publicada em 1934 e talvez um dos livros mais influentes do século passado, o autor projeta para cinquenta anos depois de sua criação o que seria um futuro nascido do ambiente opressor que se desenhava na Europa daquela véspera da Segunda Guerra Mundial. Mas Orwell escrevia a partir de uma visão muito particular e bem embasada sua: ele fora militante comunista na sua Inglaterra natal e, desencantado com os horrores que observava, tanto nas reuniões de seu partido quanto nas grandes nações que haviam adotado o Socialismo, como a União Soviética, construiu em seu romance um mundo no qual esse sistema político havia dominado os meios de produção e o poder. A crítica ao comunismo, no entanto, transformou-se em um libelo fascinante contra toda forma de totalitarismo, já que os ditadores de qualquer matiz político acabam por usar os mesmos velhos esquemas de dominação.

"O Grande Irmão vigia você"
Acompanhamos em 1984, desde a frase inicial - talvez uma das mais sutis apresentações de um livro distópico já escritas, quase intraduzível para o português em seu impacto para os primeiros leitores -, a agonia de Winston, um operário em quem começam a brotar percepções de que aquele mundo não satisfaz plenamente sua sede de viver. Estamos na Oceania - o novo nome que a Ilha Britânica recebe depois da vitória socialista do partido único IngSoc -, em uma sociedade dividida em três distintas classes sociais: o Partido, os proles e os líderes do Partido. Winston é do Partido, o que significa dizer que teve razoável instrução, é dono de uma inteligência que lhe permite ser empregado no setor encarregado de modificar o passado nos jornais e revistas e que é, por ser do Partido, vigiado e controlado a todo instante pelas teletelas - que transmitem e coletam imagens e sons - e pela desconfiança permanente instaurada por uma cultura que privilegia a delação a qualquer suspeito de insubordinação. Nos primeiros momentos mostrados no livro, Winston tem em suas mãos um pequeno caderno que comprou nos bairros proletariados, onde os membros do Partido não devem transitar, mas onde tudo é mais liberado e permitido. Nesses bairros, frequentados em segredo por alguns integrantes do Partido, compra-se de tudo, como em um gigantesco mercado de pulgas. E é ali que Winston terá seus encontros secretos com Julia, jovem do Partido com quem vive um romance secreto e subversivo.

George Orwell
O livro de Orwell é tão rico em implicações filosóficas que se torna uma tarefa amarga escrever um texto curto sobre suas qualidades. Dele surgiram expressões que até hoje surgem nos debates mais acalorados sobre os sistemas de controle de governo - ou mesmo em programas de televisão de gosto questionável como o famoso Big Brother, que rouba seu título do nome daquele que seria, no livro, o grande líder da Oceania, referência de amor e idolatria para todos os membros do Partido, o ditador paternal que tudo vê e tudo sabe. Vem de Orwell a ideia da novilingua - uma língua usada para a dominação dos membros do Partido pela eliminação e transformação contínua das palavras cujos sentidos não interessam aos planos de poder dos líderes; ali está também a genial percepção de que, em um esquema ditatorial, as massas são mantidas em estado de alienação para darem menos preocupações aos detentores de poder - e no livro isso acontece através de máquinas criadas para gerar romances açucarados e músicas de rima fácil e tema sentimentalóide, descrições perfeitas do autor visionário para o que hoje invade as rádios e livrarias do mundo; é sua a concepção do estado de duplipensar, no qual os membros do Partido eram levados a aceitar duas ideias paradoxais ao mesmo tempo, em uma deliberada destruição de qualquer esquema lógico e racional de análise da realidade.
 

O livro é repleto de frases memoráveis e ideias que não nos permitem chamar Orwell de algo menos que visionário - como os lemas do IngSoc, obra-prima do duplipensar: Guerra é Paz, Liberdade é Escravidão, Ignorância é Força. Em poucas palavras, por exemplo, Orwell define a certa altura do livro as bases de qualquer ditadura:


Quem controla o passado, controla o futuro.
Quem controla o presente, controla o passado.

Um homem além de seu tempo, Orwell não usa em 1984 o mesmo tom de fábula com que critica a Revolução Russa no genial A Revolução dos Bichos. Na narrativa que nos faz acompanhar Winston até as câmaras de tortura e à "libertação" final do "mal" que lhe afligia, o texto é um assustador romance "histórico" cuja função maior na história da literatura recente é alertar-nos para a constante possibilidade de que um futuro como esse venha a existir.      


*Texto de Robertson Frizero - escritor, professor de Criação Literária e Mestre em Letras pela PUCRS.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Com a palavra... TONI MORRISON

Toni Morrison
"Eles não ensinavam os escritores afro-americanos nem mesmo nas escolas para afro-americanos! Eu frequentei a Howard University. Lembro de perguntar a um professor se eu poderia escrever um artigo sobre os personagens negros em Shakespeare. Ele ficou tão irritado! Ele disse: 'O que?!?'. Ele pensava que era um assunto de segunda categoria. E disse: 'Não, não, não vamos fazer nada disso. É um tema muito baixo - sem importância alguma."

- Toni Morrison é uma das escritoras norte-americanas de maior prestígio em todo o mundo, agraciada em 1993 com o Prêmio Nobel de Literatura. Seus romances quase sempre retratam o papel da mulher negra nos Estados Unidos dos séculos XIX e XX. "Bem Amada" (1987), romance adaptado para o cinema por Jonathan Demme com Oprah Winfrey no papel principal, rendeu-lhe o Prêmio Pulitzer.    

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Meu livro preferido é... OS VESTÍGIOS DO DIA

ISHIGURO, Kazuo.
Os Vestígios do Dia.
(Rocco)
"Se você lê Os Vestígios do Dia, de Kazuo Ishiguro, que é um dos meus livros favoritos, você não consegue evitar de pensar que passou dez horas vivendo uma vida alternativa e aprendendo algo sobre a vida e sobre o arrependimento."


Jeff Bezos
- Jeff Bezos, formado em Engenharia Elétrica e Ciência da Computação, é um empresário e investidor norte-americano, mais conhecido como o fundador e CEO da Amazon e o dono do grupo The Washington Post.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Juan Pablo Castiel e a lógica da insensatez

 
"...arriba, a través de una ventanilla, se veía una escena pequeña y remota:


una mujer que miraba como esperando algo, quizá algún llamado apagado y distante."


Bastará decir que soy Juan Pablo Castel, el pintor que mató a María Iribarne; supongo que el proceso está em el recuerdo de todos y que no se necesitan mayores explicaciones sobre mi persona. Assim Ernesto Sábato inicia “O Túnel”, sua primeira novela, publicada em 1948 na Argentina. A obra traz a narrativa de Castel, um pintor boinarense que fica obcecado por uma jovem desconhecida que ficara por longo tempo observando um pequeno detalhe em um de seus quadros, chamado Maternidade. Para ele, o fato denota a existência de uma conexão comunicativa única entre ele e a jovem María Iribarne. Castel passa a persegui-la pelas ruas da capital argentina e inicia com ela um relacionamento conturbado, repleto de desconfiança e medo, ciúme e insegurança. O que de início era uma busca por conhecer a única pessoa que teria compreendido sua arte, torna-se um desejo fatal de tomar posse por completo daquela mulher que passa a representar sua própria razão de viver.



Ernesto Sábato
Sábato mantém, pelo uso de um narrador em primeira pessoa, o interesse por uma história da qual já se conhece de antemão o evento mais funesto desde as primeiras páginas da novela. É o próprio Castel quem conta os fatos que antecederam o assassinato da mulher que amava obsessivamente, explicitando a presença do leitor. O narrador-protagonista deixa também clara a cronologia dos fatos e o espaço onde as ações ocorrem, o que dá ao texto uma impressão de veracidade perfeitamente coadunada com a idéia de um criminoso que descreve os antecedentes do próprio crime. Contudo, o narrador-protagonista usado por Sábato em El Túnel não serve apenas para dar à história esse caráter de identificação imediata do público com a personagem.

A novela é um estudo das razões doentias que levam Castel a cometer um assassinato brutal e inconseqüente, e o narrador em primeira pessoa lança o texto aos limites da verossimilhança. Um narrador onisciente em terceira pessoa, por exemplo, passaria ao leitor a idéia de estar lidando com uma verdade incontestável; ao acompanhar a narrativa de Castel por suas próprias palavras, o leitor é levado a conviver com as obsessões e a logicidade de uma mente doentia – já não há a certeza dos fatos, pois o que se tem é a opinião do criminoso, sua percepção da vítima e dos fatos que lhe deram a certeza de que a morte de Maria era inevitável.

O protagonista mostra-se detentor de uma personalidade doentia, patologicamente obsessiva, que projeta em Iribarne sua busca interior por um sentido para a vida – não por acaso El Túnel é associada às idéias do existencialismo sartreano, em voga à época do lançamento da novela. Todos os seus gestos, os mais torpes e tolos, são por ele raciocinados à minúcia, em uma lógica tortuosa que é apresentada ao leitor por esse narrador que está a construir para si mesmo as razões que o levaram a matar a única mulher que jamais amara, o ser que entendía [su] pintura. Por esse raciocinar continuado, o pintor conclui que Maria o traía, como fazia com seu esposo cego, Allende, e que o abandonara para estar com um homem que ele, Castel, desprezava.

A genialidade de Sábato mostra-se justamente nas dúvidas que suas escolhas na construção de El Túnel lançam ao leitor: terá María traído Castel com Hunter, o primo e suposto amante? Será ela a leviana que o pintor imagina em seus delírios e carências? Comunicado, pelo próprio Castel, do assassinato de sua esposa, Allende persegue-o a gritar uma única e significativa palavra – um vocábulo que irá acompanhar Castel pelo resto de seus dias: ¡insensato! É por esta palavra isolada – e por todas as escolhas textuais perfeitas– que Ernesto Sábato faz aflorar a desconcertante mensagem de sua novela: mesmo a mais doentia das mentes, mesmo a mais distorcida das realidade, tem sua lógica interna e assustadoramente convincente.
 
*Texto de Robertson Frizero - escritor, professor de Criação Literária e Mestre em Letras pela PUCRS.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Meu livro preferido é... NOVE NOITES

CARVALHO, Bernardo.
Nove Noites.(Cia. das Letras)
"Em 2012, fui tomado por alguns romances brasileiros, que não eram novos, mas novos para mim. (...) "Nove Noites", de Bernardo Carvalho, é um híbrido de ficção e fato histórico, e no início parece trilhar os caminhos de Coração das Trevas (de Joseph Conrad), contando a história de um antropologista americano que realmente existiu e que se matou na Amazônia nos anos 1930. Mas a meio caminho do final ele engrena em algo mais poderoso. Carvalho traz notícias urgentes de um Brasil moderno que toma plena consciência de sua dupla identidade como colonizado e colonizador, e joga com suas apropriações de fatos e ficção para produzir um final que ainda me assombra, meses depois da leitura."

- Jonathan Franzen é um dos mais celebrados escritores e ensaístas norte-americanos da atualidade. Seu romance "As Correções", que lhe deu o National Book Award e uma indicação para o Pulitzer, será a obra debatida no Clube de Leitores da Sapere Aude! Livros em outubro.



terça-feira, 10 de setembro de 2013

Com a palavra... MONIQUE REVILLION

Monique Revillion
"Escrever é meu jeito de estabelecer relações com o mundo, comigo mesma, com o divino. Então, isso vem de longe. É fundamental pra mim, uma necessidade, escrever é estar perto de Deus. Uma vez, minha mãe me levou a um médico porque eu não falava...mas ela se preocupou à toa, era porque eu ainda não sabia escrever!"

- Monique Revillion é escritora e dramaturga. Seu livro de estreia, "Teresa que esperava as uvas", foi o grande vencedor do Prêmio Açorianos de Literatura, ganhando como Melhor Livro de Contos e Melhor Livro do Ano. Seu segundo livro, "O Deus dos Insetos", será tema do próximo encontro do Clube de Leitores da Sapere Aude! Livros, no dia 18 de setembro, a partir das 19h30 (inscrições gratuitas: info@sapereaudelivros.com.br).

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Um livro para quem gosta de ler, ou não, ou gosta, ou não...

Na onda de livos "paradidáticos", que se propõem a auxiliar os pais a explicarem tudo para as crianças, encontramos esta raridade cuja proposta é bastante óbvia.


terça-feira, 3 de setembro de 2013

Com a palavra... FIÓDOR DOSTOIÉVSKI

Fiódor Dostoiévski
"Como consequencia das revoluções colossais que estão acontecendo na política, bem como na menos abrangente esfera literária, julgamos que a cultura geral e a capacidade de julgamento crítico estão momentaneamente abaladas, desfeitas. As pessoas colocaram em suas mentes que não há mais tempo para a literatura (como se a literatura fosse um passatempo – que rica cultura, essa!). Em consequência disso, o gosto literário está tão terrivelmente baixo que nenhum crítico da atualidade, não importa o quão notável seja, consegue ter a devida influência sobre o público."


(Fiódor Dostoiévski, escritor russo, em carta ao editor Nikolai Stratchov, em 23 de abril de 1871 - tradução: Robertson Frizero. In: Dostoiévski - Correspondências (1838-1880). Porto Alegre, 8INVERSO, 2009)

- Fiódor Mikhailovitch Dostoiévski foi um dos maiores romancistas russos de todos os tempos. Sua vasta obra é até hoje lida e apreciada em todo o mundo, e serve de referência para inúmeros escritores que se dizem influenciados por sua literatura. De todos os seus romances, "Crime e Castigo" e "Os Irmãos Karamázov" seguem sendo os mais lidos e comentados.


segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Meu livro preferido é... AS BRUMAS DE AVALON


BRADLEY, Marion Zimmer
"As Brumas de Avalon"
(Imago)

“Todas as mulheres são, na verdade, irmãs para a Deusa” (Marion Zimmer Bradley, As Brumas de Avalon).

"Acredito que o livro As Brumas de Avalon, da escritora norte-americana Marion Zimer Bradley, tenha se tornado um dos meus livros preferidos no momento em que percebi a força das personagens femininas desta envolvente história. Em minha opinião, a autora soube com muita competência, criar personagens femininas com características distintas, pontos de vista e objetivos completamente diferentes, mas todas elas dotadas de  forte personalidade e capazes de lutar por seus ideais. Outro aspecto interessante nesta obra é que Marion reflete sobre a condição feminina no início da Idade Média abordando temas como casamento por conveniência, homossexualismo, liberdade sexual e aborto, que eram bastante discutidos na época em que o livro foi escrito, nos meados da década de oitenta. Os excertos abaixo exemplificam a reflexão de Bradley sobre a questão da liberdade sexual e do casamento por amor e não por conveiência:

“E por um momento de paixão iria arrastá-lo a um compromisso para toda a vida? Os costumes das fetas tribais eram mais sinceros, um homem e uma mulher que tivessem o sol e o luar no sangue podiam juntar-se, como queria a Deusa, e mais tarde, se o desejassem, morar juntos e criar filhos, depois pensava-se em casamento. Sabia, no fundo do coração, que não tinha realmente vontade de casar-se com Lancelote, ou qualquer outro. (BRADLEY, 2008, p.98-99).

“O que estou fazendo? Será apenas por ter me falado em nome da Deusa, de sacerdote a sacerdotisa? Ou será apenas porque, quando ele me toca, ou me fala, eu me sinta mulher e viva novamente, depois de todo este período em que me senti velha, estéril, semimorta, neste casamento com um homem morto e uma vida morta? (...) Pensou num desafio: Sou uma sacerdotisa, meu corpo é meu, para ser dado em homenagem a ela!”
(BRADLEY, 2008, p. 145).

Além da discussão sobre o papel da mulher na Idade Média, que nos possibilita uma reflexão sobre a condição da mulher na atualidade, com “As Brumas de Avalon”, Marion Zimmer Bradley nos apresenta um mundo diferente, repleto de crenças, onde a magia se une à religião e onde o Cristianismo e o Paganismo dividem o mesmo espaço. Em síntese, todos estes elementos distintos e, até controversos, contribuíram para tornar esta  obra fascinante e tão atual, apesar de retratar uma época remota e de ter sido lançada há mais de três décadas."


"- Fernanda Mellvee é graduanda em Letras - Português, Inglês e Respectivas Literaturas - pela UFRGS. Escritora e poetisa, integra a Oficina de Iniciação à Criação Literária da Sapere Aude! Livros desde março de 2013. Seus principais interesses são a História, a Mitologia e a Literatura.