"Sou péssima em escolher 'preferidos', então vou falar do meu primeiro encontro com as histórias de Alice Munro. Eu li sua primeira coletânea,
Dance of the Happy Shades,
em 1968, na congelante Edmonton, encarangada ao lado de um aquecedor a óleo. A história-título derrubou-me. 'Isso é a realidade', pensei. 'Nossa'. Depois incluí essa história em um curso que inventei chamado "O Gótico do Sul de Ontario". Duas velhas professoras de piano com olhos vermelhos e narizes de bruxas recebem crianças em seu chalé para um recital. MAs chega um grupo inesperado, do que se costumava chamar um 'instituto'. Uma menina toca divinamente: a 'Dance of the Happy Shades' havia transformado ela! Mas, não, na verdade logo adiante se vê que ela é a mesma criança sofrida de antes. Como em muitas das histórias de Munro, essa diz respeito aos encantamentos da arte: são reais ou mentirosos? Uma coisa e outra, ao que parece: a mágica está em como você faz. E assim o é. A mágica está em como ela faz isso. Você precisa ouvir."
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Margaret Atwood |
- Margaret Atwood é uma das mais conhecidas escritoras canadenses. Romancista, contista, ensaísta e poetisa, já recebeu importantes prêmios por sua obra literária, dentre os quais a Ordem do Canadá. É autora de "O Conto da Aia", um dos mais aclamados romances distópicos do século XX, com o qual ganhou o Prêmio Arthur C. Clarke. Alice Munro, sua conterrânea, pela qual Atwood tem uma admiração declarada, foi agraciada com o Prêmio Nobel de Literatura de 2013.
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