segunda-feira, 27 de maio de 2013

Meu livro preferido é... OS TRÊS MOSQUETEIROS

Ilustração de Boston Madsen

Foi lá por 1966 ou 1967. Já lia desde os cinco anos. Gostava de romances para crianças reproduzindo tramas da História do Brasil, com bandeirantes, índios, aventuras. E caiu nas minhas mãos uma edição da Melhoramentos com a adaptação do volumoso texto original de um famoso romance. Comecei a ler tendo apenas a ideia de que tratava de espadachins, o que atiçou meu interesse sempre ávido por ação. Fui avançando ao longo dos capítulos, sem conseguir parar. Lembro que, quando acabei a leitura, me vi tomado por algo inédito, sentindo uma emoção fora do comum causada por aquela história. Mais do que isto, fiquei com vontade de proporcionar a mesma emoção a outros, escrevendo uma história minha.

DUMAS, Alexandre.
OS TRÊS MOSQUETEIROS
(Ed. Zahar)
Hoje, ainda tento aprender como se faz o que Alexandre Dumas atingiu apenas com palavras bem dispostas numa estrutura narrativa. Não sei se conseguirei tocar alguém como fui tocado por aquela leitura de infância. Continuo insistindo, modestamente, no meu ofício de colaborador de autores. Tenho apenas a certeza de que tudo se divide entre antes e depois daquele livro. Até descobri, graças a uma indicação do grande escritor de novelas Walter George Durst, que "O Conde de Monte Cristo" era a obra-prima de Dumas, "o pai de todos" entre os folhetins. Mesmo dando razão ao mestre Durst, reconheço que "Os Três Mosqueteiros" ainda é meu livro favorito.

Porque traz personagens jovens e empolgados, que defendem a amizade; que se envolvem com tipos enigmáticos como a Milady; que fazem viagens através de terra e mar para defender um conceito tão ultrapassado como a honra; que aprontam todas a ponto de dobrar o maléfico primeiro-ministro e obter recompensas do rei da França; e que, principalmente, são atemporais e podem provocar num garoto dos dias de hoje a vontade de suceder a Alexandre Dumas e continuar a incendiar o espírito dos leitores.

Para quem não leu (alguém ainda não leu “Os Três Mosqueteiros”?!), recomendo.

Nelson Nadotti é roteirista de TV. O que mais curte na Sapere Aude! Livros é o entusiasmo do pessoal de lá – para não falar, claro, de todo o acervo da loja.

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